domingo, 13 de maio de 2012



Dia das Mães


Eu tenho uma mãe que  me ensinou  as coisas simples da vida, mas coisas que fizeram toda a diferença em minha vida. Nem tudo que ela nem lembra que me ensinou, eu consegui aprender, mas estou tentando. Me ensinou a comer legumes e saladas, tomar muito suco de frutas, a não sair de casa com o cabelo molhado depois de um banho quente, pra não tomar gelado junto com comida quente, me ensinou a escovar os dentes muitas vezes ao dia. Com ela eu aprendi a tomar café com leite, pão e manteiga. Aprendi a comer morango com açucar, a não tomar muito refrigerante. Aprendi também que quando alguém te pede esmola é melhor voce dar o lanche que está na sua bolsa. Aprendi a nunca desfazer das pessoas. Aprendi que pra passar a raiva, daquelas bem grandes, o melhor a fazer é ligar o rádio e escutar uma música alta, limpar a casa também ajuda! Aprendi que "se quiser  uma coisa bem feita, faça voce mesma". Depois com o tempo a gente aprende que nem tudo, sempre, poderá ficar perfeito. Aprendi com minha mãe que nunca é tarde para "mudar", mudar de casa, mudar de cor, mudar de lado na cama, mudar por dentro ou mudar por fora. Aprendi que "se a gente não serve para servir, a gente não serve para viver".

Minha mãe não foi a muitos lugares, não viajou por muitas cidades, não conheceu muitas pessoas, mas me ensinou muitas coisas, que eu ficaria aqui escrevendo, escrevendo...

Ela confiou muito em mim, quando criança ela cortou meu medo com o machado! Me permitiu ir a muitos lugares quando jovem, conhecer muitas pessoas diferentes, adquiri  muita auto confiança e fui atrás dos meus sonhos, e pesadelos...Porque a vida não é feita só de sonhos. Muito mais fácil quando temos maturidade pra enfrentar os pesadelos, foi aqui que ela fez toda a diferença! Minha mãe nunca foi mãezona, de colocar no colo, chorar junto, ela sempre foi prática e dizia, como diz até hoje: _ Isso aconteceu, pra não acontecer coisa pior!! Nunca foi de ficar remoendo sobre o fato já consumado, nunca superstimou as acontecimentos. Me ensinou  a perdoar, acima de tudo.

Agora com 41 anos, me pego as vezes me olhando no espelho e vendo o rosto magro da minha mãe em mim. Posso até achar que sou muito diferente dela, mais moderna, mais esperta, talvez? Nem tanto... É só reparar bem que cá estou  fazendo como ela, tentando fazer as coisas sozinhas, sem pedir ajuda dos que estão ao meu lado, que estão querendo me ajudar, cá estou eu pedindo a opinião dos outros pra depois tentar convencê-los que a minha idéia é que é a melhor!

O que nós duas queremos? Uma casa arrumadinha com flores, um marido companheiro, os filhos crescendo em segurança, um momento do dia para ler um livro, reunir a família num almoço...queremos as mesmas coisas.

Não por acaso esta música foi surgindo enquanto eu escrevia o texto, dedico a minha querida mãe Domingas, na voz da saudosa Elis que minha mãe tanto gosta.



Não quero lhe falar,
Meu grande amor,
Das coisas que aprendi
Nos discos...
Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor
É uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa...
Por isso cuidado meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal
Está fechado prá nós
Que somos jovens...
Para abraçar seu irmão
E beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço,
O seu lábio e a sua voz...
Você me pergunta
Pela minha paixão
Digo que estou encantada
Como uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade
Não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
Cheiro de nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva
Do meu coração...
Já faz tempo
Eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Gente jovem reunida
Na parede da memória
Essa lembrança
É o quadro que dói mais...
Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais...
Nossos ídolos
Ainda são os mesmos
E as aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer
Que eu tô por fora
Ou então
Que eu tô inventando...
Mas é você
Que ama o passado
E que não vê
É você
Que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem...
Hoje eu sei
Que quem me deu a idéia
De uma nova consciência
E juventude
Tá em casa
Guardado por Deus
Contando vil metal...
Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo, tudo,
Tudo o que fizemos
Nós ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Como os nossos pais...



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